quinta-feira, outubro 04, 2007

AIDS I: Estratégias de controle, Brasil X África

O Cardoso postou sobre o arcebispo que afirmou que estão fazendo camisinhas com HIV. Eu já tinha lido sobre isso em algum lugar, mas estava com preguiça de escrever algo a respeito, principalmente pelo fato de saber que o bichinho morre em 15 minutos fora do organismo humano. O post dele, entretanto, me lembrou que essa idéia de conspiração não é exclusividade de líder religioso não. Eu já ouvi professora de pós-graduação na área médico-administrativa afirmar que a contaminação em massa é uma estratégia para o continente: É uma lógica do tipo "Se não pode vencê-los [no caso, o HIV], junte-se a eles [i.e., transforme todos em soropositivos]".

Ela explicou com um esqueminha com três pontos de controle. É mais ou menos assim: você pode controlar uma epidemia em três pontos:


No próprio agente da doença – Que só funciona quando você tem a cura para a epidemia. A única forma que eu estou lembrando agora, o que já é alguma coisa já que eu não sou médica, é treinando os anticorpos da pessoa para reconhecer o invasor no caso de uma contaminação (como nas vacinas que a gente toma quando é criança).

No vetor – Nessa estratégia você derruba a ponte. A doença não tem cura conhecida? Então vamos identificar como se dá o contágio e eliminamos o que transmite. É no que se baseia as campanhas contra Dengue, quando incentivam as pessoas a não deixarem água parada, diminuindo assim a população de mosquitos vetores da doença.

Na população de risco – Aqui não tem jeito. Se a doença não tem controle nos dois primeiros itens o jeito é diminuir a população sob risco de contrair o raio da doença - o vai dar problema com certeza, por que o ser humano é a criatura mais difícil de domar. Lembra da piada do médico que diz para o paciente que ele tem que suspender a bebida e aí ele passa a tomar a cachaça dele em cima de um banquinho? Pois é o que acontece quando se tem que controlar uma doença agindo sobre pessoas.

O programa de AIDS no Brasil atua no agente da doença (com os coquetéis distribuídos para os infectados, que dá uma aliviada na cepa de vírus em circulação, deixando-o um pouquinho que seja menos agressivo, alem de melhorarem a qualidade de vida dos doentes), mas quando chega no vetor... Não tem vetor! Ou antes, o vetor é um comportamento. Aí babou. Dá-lhe campanha, dá-lhe campanha, dá-lhe campanha e isso sem garantia de que vá funcionar. E tome dinheiro para financiar isso tudo.

Mas e na África? Por lá, segundo ela, a estratégia perceptível do controle do HIV na África é simples. Vamos reduzir a população de risco... Deixando todo mundo contrair a doença. De repente a natureza segue seu curso e começam a aparecer indivíduos resistentes. A seleção natural deu tão certo no passado, por que não agora não é mesmo?


Confesso que eu até penso algo parecido, mas vou deixar isso para outro post para poder participar + ou – do meme da Fabiane do Megalópolis. ;-)

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COMUNICADO DE Thera Vector: antigos comentários via Haloscan que a galera gosta de usar de chat. Sim, mais uma coisa cujo "culpado" é o Cabo Ênio, entendam-se com ele se não gostarem! :P Querem brincar também? Bom, até agora eu identifiquei as seguintes salas de bate-papo: [sala 1 - Vídeos inúteis] [sala 2 - Blogut] [sala 3 - Memes]